13 de Julho
O dia do rock veio e se foi, e nada mudou, colocaram alguns eventos legais pela cidade, mas no geral o rock continua velho e discriminado como cultura nacional, ainda associado a cabeludos magricelas com garrafas de uísque e guitarras debaixo do braço, a clubes escurecidos onde carecas e pessoas com cabelos esquisitos tatuados falando palavrão se drogando e se batendo à batida rítmica e frases cheias de ira contra tudo e contra todos... Não poderiam estar mais errados.
Sim o rock continua refletindo a rebeldia e cantando a incompreensão até as ultimas consequências, incitando a rebeldia e às ações contra o “sistema”, pregando que é melhor morrer de pé do que viver de joelhos, gritando que a única forma de mudança é se unindo em um levante contra os manda-chuvas, “get together one more time”.
E hoje mais do que sempre ele se mantem tão atual e novo como sempre foi com a mesma proposta de se metamorfosear recriar e se manter o mesmo, aos berros chocamos o mundo que nos teme e no geral odeia, mas que em momentos de paixão e perda recorre aos nossos “hinos” para embalar sua solidão e sua perda, pois assim também é o rock, aquele velho amigo que você visita de tempos em tempos em busca de abrigo e conselho. Uma fuga da realidade em busca de palavras amigas e de consolo ao som de uma guitarra quase lírica de tão hipnótica... E nothing else matters...
Mas para mim sempre foi mais do que isso, que os acordes o peso o som, as letras as vezes revoltadas as vezes politizadas, mas sempre apaixonadas, para mim sempre teve a questão da poesia da situação, cada banda faz de uma forma mas todas tentam contar uma história de dor sofrimento ou felicidade, independentemente do que o publico vai achar, não escrevem o rock para agradar e vender, os autores e as bandas colocam sua alma nos acordes e nas letras, trazem suas dores e mostram à sociedade, onde mais estes poetas obscuros poderiam ser ouvidos? the unnamed feeling it’s coming alive...
As dores da perda sempre renderam e renderão ótimos sertanejos mas apenas um roqueiro coloca a realidade corriqueira da dor de se acordar de madrugada derrotado, da insônia da solidão e da perda da esperança de um reencontro e coloca isso de uma forma ordenada e dá sentido à dor de fãs que também sabe que quando o fim chega e when the music is over turn out the lights, não a reencontros não há nada a não ser curtir a depressão e depois se levantar poe que a Vida é doce! E mesmo que você não queira o mundo continua andando With Or Without You, então viva beije e ame, mas fique atento, pois teu lance tem que ser o melhor que existe...