Violência Travestida
Crescendo em grandes cidades como São Paulo, nós aprendemos a conviver com certos tipos de Violência Travestida de Fome, Miséria, Abandono, Discriminação e até mesmo nos esportes. Vivemos num “mundo cão” como diz Dilan Dog, todos fazem vista grossa e fingem que não vêem o que está havendo enquanto até mesmo nas propagandas televisivas vemos uma forma branda desta violência exploratória que nos mostra as conseqüências das ações de irresponsáveis e inconseqüentes vivendo comendo e morrendo como se nada mais importasse.
Ainda assim banalizamos esta violência travestida em reportagens sensacionalistas que nos remetem uma paródia de realidade gritando por justiça enquanto no mundo real continuamos descriminados apenas por estarmos lá, por não nos enquadrarmos nos padrões, ou por que torcemos para o Time errado, afinal a Violência travestida de Torcidas organizadas faz suas vitimas e são vitimadas na mesma ordem e conseqüências de vitorias e derrotas de heróis que sequer sabem de sua existência fora dos gramados e não dá a mínima para a condição de seus torcedores fora dos estádios e dos canais de TV, é a Violência Travestida fazendo seu trottoir.
Vemos os mais absurdos casos de pais que prendem suas famílias que os matam, fratricídios ocorridos devido ao medo do desconhecido que bate a porta, vemos namorados matar suas namoradas por medo da dispensa, vemos estupros e sexo forçado contra menores que não podem se defender, padres pastores, rabinos se aproveitando de um rebanho que em tese teriam que guiar à luz de Cristo ou de sua Divindade que o valha, professores (as) abusando de alunos (as) a quem deviam educar para se tornarem as pessoas de boa índole que conduziram nosso futuro, tudo misturado nesta Violência Travestida, de solidão.
Mas hoje é um novo dia uma nova hora de encontrar o escapismo desta vil realidade que moldamos para nós apenas para que vejamos pela janela do ônibus mais um acidente, ou para que no metro fiquemos parados entre as estações devido ao que os condutores chamam de usuário na via, para não nos chocar com, mas esta mostra de Violência Travestida em acidentes.
O que fazer como combatemos esta vilã que se traveste de cotidiano e invade nossas vidas tornando banal tudo aquilo que nos devia chocar? Ninguém tem uma resposta, por que não existe uma só resposta, são varias ações que devem ser tomadas pela sociedade em geral, e quem deve nos dar o exemplo são nossos representantes lá na capital, pois votamos neles e esperamos que ao invés de aumentar seus salários, invistam em Políticas educacionais, médicas, de saneamento básico, dando oportunidades aqueles que não a tem para que a partir de uma fundação sólida possamos mirar nesta grande vilã que nos impede de crescer e nos tornarmos pessoas melhores. Somente assim, caros cúmplices, será possível combater esta Violência, esteja ela travestida de como estiver.